Essa foi uma manhã fria e triste. Já não tinha graça ficar fotografando naquele confinamento. Nossas coisas não secavam e nosso tempo na montanha estava passando. Era visível o desânimo...
Mas o frio mais intenso poderia estar indicando alguma melhora de tempo nas próximas horas...
E realmente lá pelas 10 horas da manhã o tempo começou a clarear. Não daria mais tempo para iniciar a travessia para o Hotel Coati, mas ver a chuva parar trouxe um novo astral para o grupo. Faziam exatamente 48 horas que chovia...
Enfim, arrumamos mochilas leves e partimos para explorar o Monte Roraima.
Depois de uma bonita caminhada, com o tempo alternando entre sol e nublado, chegamos num dos atrativos mais bonitos do Monte Roraima, uma sequência de piscinas naturais chamadas Jacuzzis, com cristais no fundo dando uma coloração muito bonita à água.
(clique na foto para ampliar)
Depois de curtir as Jacuzzis, seguimos descendo o rio na direção da borda Oeste do Roraima, observando as curiosas formações e paisagens do topo.
E chegamos finalmente na Ventana (janela, ou borda do Tepui) da Proa. Um abismo que, com tempo bom, nos daria uma visão da face Oeste do Monte Roraima até a distante Proa. Mas o tempo estava fechado e só pudemos ver a silhueta do abismo.
Depois caminhamos por um trecho de rocha plana e escura com muitas fendas, até a Ventana do Kukenan, que também estava fechada. Nesta Ventana eu segui por um pilar com rochas molhadas e cheguei na beiradinha do abismo. Num dia limpo eu veria a imensidão da Gran Sabana aos meus pés, mas alí naquela rocha o Roraima só me permitiu imaginar isso. Lembrei da definição do Sublime Kantiano, da beleza que assombra e encanta ao mesmo tempo. Deixei a contemplação do vazio de lado e saí daquele abismo, que estava deixando meus amigos tensos...
(foto de Eduardo Gelli)
Sem perspectivas de melhora do tempo nas Ventanas, retornamos pelo mesmo caminho até as Jacuzzis, onde almoçamos.
Barriga cheia, tempo alternando entre nublado e chuvoso, resolvemos caminhar mais um pouco, seguindo para um trecho mais montanhoso onde visitamos um vale com muitos cristais no chão.
Depois arriscamos uma esticada até um mirante que daria vista para a Gran Sabana. O tempo tinha melhorado um pouco e a visibilidade estava melhor. Mas ao chegarmos na borda não tivemos tempo nem de fotografar. O tempo virou e começou a chover e ventar. Não perdemos tempo e voltamos rapidamente para o nosso acampamento onde vestimos roupas secas para nos aquecer.
Durante a tarde o tempo continuou fechado, mas nossas roupas e equipamentos finalmente começavam a secar.
(foto da Gi)
Tínhamos ainda dois dias inteiros no Monte Roraima antes do dia da descida. Assim, programamos para o dia seguinte a longa caminhada para o norte, onde tentaríamos chegar ao Marco Tríplice, ponto mais alto do Roraima no Brasil.Continua... http://waldyrneto.blogspot.com/2012/02/monte-roraima-guacharo-e-trilha-da.html
Que lugar lindo!!!
ResponderExcluirCom certeza ! Nesse dia começamos a conhecer a beleza do cume do Roraima.
ExcluirQual foi a data da viagem? Estamos indo em agosto, mas a ideia é ir em um período com pouca chuva.
ExcluirNossa viagem foi em fevereiro. Acho que agosto é período de chuvas.
ExcluirMUITO EMOCIONANTE GOSTEI QUANDO VOCÊS CHEGARAM NA Ventana
ResponderExcluirFOI BEM LEGAL