terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Monte Roraima, a Caminhada de Aproximação (continuação)

Acordamos cedo e fomos todos tomar café numa boa padaria em Santa Elena. Depois voltamos para a Pousada para organizar nossos equipamentos em dois Toyotas 4x4. Nessa hora conhecemos o segundo guia da excursão, o divertido Everaldo "Borracha".




De Santa Elena seguimos por asfalto pela região da Gran Sabana Venezuelana, um platô a 1.000m de altitude que tem solo arenoso e foi formado pela erosão dos Tepuis. Na altura de San Francisco de Yuruani pegamos uma estrada de terra até a aldeia indígena de Paraí-Tepuy.

Neste distante povoado indigena assinamos o termo de visitação do INPARQUES e ouvimos as recomendações e regras do local. Enquanto isso o guia Leo finalizava a contração dos carregadores.

Na partida o Everaldo "Borracha" tirou uma foto super torta do nosso grupo. Eram cerca de 9:00 da manhã e tudo estava dentro do previsto.


Acima: Alex Uchoa, Flávio, Eduardo, Gi, Marcelinho, Avelino, Léo Trota, Alexandre, Monique e Eu.

Mochilas pesadas nas costas, primeiros passos... o início é sempre meio desconfortável. Aos poucos fomos pegando ritmo e curtindo o visual da Gran Sabana. O tempo nublado não nos permitia ver o Monte Roraima, mas tornava a caminhada bem agradável.


Com 7km caminhados chegamos num pequeno trecho de mata com um riacho. Cruzamos o riacho por um tronco e fizemos uma rápida parada para um lache. Estávamos caminhando num bom ritmo e isso era importante pois pretendíamos subir o Monte Roraima em apenas dois dias (a subida normal é em três dias).

(foto de Alex Uchoa)

Continuamos a caminhada, sempre vendo o maciço do Roraima envolvo em núvens. Era visível que estava chovendo na montanha. Já perto do Rio Tök o tempo fechou e choveu um pouco, mas essa chuvinha fina mais nos refrescava do que nos incomodava.

Depois de uma longa descida chegamos na aldeia indígena do Rio Tök a 1.100m de altitude. Já era hora do almoço e já tínhamos deixado 13km de caminhada para trás. Tiramos as mochilas, descansamos um pouco na sombra e comemos um ótimo almoço na aldeia.



Após o almoço discutimos com o guia Leo a estratégia para o restante do dia. Pela hora e pelo cansaço do grupo, desistimos de tentar chegar ao Acampamento Base, a 1.900m de altitude e definimos como meta chegar no Acampamento Base Militar, a 1.500m de altitude. Dessa forma ainda seria possível fazer a subida em dois dias.

Mochilas nas costas, atravessamos facilmente o Rio Tök.



Pouco mais de 1km à frente, chegamos na primeira perna do Rio Kukenan, que também estava bem fácil de transpor.


Mas na segunda perna acabamos tendo nossos momentos mais emocionantes desse primeiro dia de caminhada. O rio estava cheio, com correntezas. Atravessamos por uma corda, muitas vezes com água na cintura e molhando as mochilas.

(foto de Alex Uchoa)
(foto de Alex Uchoa)

Assim que baixou a adrenalina da travessia, percebemos o quanto tinha sido demorada e desgastante. Para piorar os terríveis mosquitos Puri Puri estavam nos devorando enquanto calçavamos nossas botas. Era tarde, a luz já estava um pouco baixa. Mas tínhamos que continuar caminhando até o Acampamento Base Militar. Esse trecho foi longo e desgastante, mas o visual do Monte Roraima, cada vez mais próximo, nos animava.



A nossa esquerda o Salto Kukenan, a 4ª maior cachoeira do mundo, despencava do cume do Monte Kukenan, numa queda de 610m.


No finalzinho da tarde chegamos ao Acampamento Base Militar. Foram cerca de 20km de caminhada e todos estavam cansados. Aos poucos fomos montando nosso acampamento e curtindo o visual do lugar.




Mas era hora de jantar e descansar, pois teríamos uma dura subida no dia seguinte...


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