segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Férias 12º dia - Cruzando as Dolomitas

O dia nasceu limpo em Veneza. Fazia bastante frio. Fomos pegar o carro e pagamos o estacionamento. Encontramos o carro com uma crosta de gelo no parabrisa e levamos um bom tempo para conseguir retirar. Tanto tempo que acabamos tendo que pagar mais uma hora no estacionamento. Pegamos uma autostrade direto pros Alpes, passando ao largo de Treviso, Conegliano, Vittorio Veneto e Belluno. Nem precisa dizer que eu estava feliz da vida acelerando pros Alpes...
Deixamos a autostrade e começamos a subir forte. Com cerca de 500m de altitude entramos na zona de neve e seguimos com cuidado redobrado na estrada. Na altura do vilarejo de San Vitto desci do carro para fotografar. A Gi finalmente tomou coragem e desceu também, usando o casacão de 10 euros comprado na véspera. Fiz uns cliques do vilarejo e do conjunto do Pelmo, um pico de 3.168m de altitude. Estávamos nas Dolomitas...


Subimos até os 1.224m de altitude em Cortina D'Ampezo, a "capital" das Dolomitas. Saimos para passear um pouco.


Numa rápida volta no quarteirão a Gi entrou em pânico com o frio. Tava uma friaca medonha, mesmo sem vento e com sol. Em Cortina tínhamos um dilema: Ficar uma noite ou atravessar até o vale de Bolzano. Pela previsão estávamos no único dia de tempo bom da semana. Fui pedir informações no "I" e a atendende disse que a estrada panorâmica estava com muita neve e não recomendou irmos por lá. A saída era subir o Passo Tre Croci e seguir por Misurina e depois Dobbiaco. Pra não arriscar ficarmos presos em Cortina, pegamos a estrada. A foto abaixo foi nossa última visão de CortinaD'Ampezo, com a formação do Cinque Tori (Cinco Torres) visivel à direita de um pico nevado.

Pegamos uma estradinha bem íngreme e com muita neve dos dois lados. O carro ia tracionando bem, mas aquela neve toda era uma novidade para mim. Fui bem tenso e com bastante cuidado subindo a estradinha sinuosa. Em alguns pontos parava para fotografar o Cristallo, famoso pico de 3.216m que fica ao norte de Cortina.



Fomos subindo bastante e contornando o Cristallo, até o ponto mais alto da estrada, o Passo Tre Croci (Passo Três Cruzes), a 1.805m. Tava uma temperatura muito baixa, algo com uns 10 graus negativos. A paisagem era linda e a longa descida pela frente assustava.

Começamos a descer o Passo Tre Croci e a paisagem mudou um pouco, com picos de outras partes dos Alpes compondo a paisagem.

A estradinha era linda e com muita neve nas laterais. O carro ia com boa aderência, mas eu ia sempre com bastante cautela.

Chegamos finalmente em Misurina, 1.756m de altitude, onde existe um lago. Com o frio todo que fazia o lago estava totalmente congelado. Parei para fazer umas fotos e a Gi ficou no ar quente do carro. As montanhas ao fundo do lago são os Tre Cime di Lavaredo (Três Picos de Lavaredo) um dos picos mais famosos das Dolomitas, com 3.000m de altitude. Pena que a nuvenzinha não deixou a gente ver o cume.


Em Misurina entramos num restaurante e almoçamos uma boa massa com vinho tinto. Fomos atendidos em alemão, sinal que já estávamos no Tirol. Depois do almoço pegamos a estrada e descemos um longo vale, com lindas paisagens alpinas.


No final dessa longa descida cliquei outro lindo pico das Dolomitas, o Piz Dles Centurines, com 3.064m de altitude.

Mais descida e mais paisagens. Aos poucos ia relaxando no volante e curtindo mais a viagem.


Perto de Dobbiaco uma outra visão do Tre Cime. Essa é na verdade a vista mais bonita, onde os Três Picos aparecem bem definidos. Mas mais uma vez a nuvenzinha não saiu do topo.

Pra todos os lados picos e picos nevados, com os paredões típicos das Dolomitas.

Ao chegar em Dobbiaco estávamos a 11 km da Austria. Olhamos para tras e ficamos impressionados com o vale que descemos desde Misurina. Lá no fundo o Cristallo...

Chegar em Dobbiaco foi um alívio, pois ali começa um profundo vale que dificilmente fecharia mesmo com neve forte. Era só ir descendo a estrada do vale até Bolzano. O curioso é que depois descobrimos que em Dobbiaco tem um grande lago, que estava congelado e nós nem vimos.

Descendo o vale ainda fiz uma foto de um vilarejo chamado Oberrasen, com picos nevados ao fundo.

Como já estava anoitecendo, resolvemos ficar na cidade seguinte, Brunico (ou Bruneck, para os tiroleses). Entramos na cidade, procuramos o "I" e saimos de lá com um hotel reservado. Impressionante como turista é bem tratado nesses lugares. Bem acomodados no hotel, fomos fazer uma caminhada até o Castelo de Brunico, numa colina pertinho. Na subida vimos os últimos raios de sol nos Alpes.

Apesar de estar uns 5 graus abaixo de zero, a Gi já estava mais tranquila e curtiu a caminhada até o Castelo de Brunico.




Mas o frio estava sinistro e esse tempo exposto nos mostrou que nossos agasalhos tupiniquins são muito bons para Serra dos Órgãos e Itatiaia, mas não eram suficientes para a friaca dos Alpes. Descemos até a cidade, entramos numa das muitas lojas de material de montanhismo e eu tive que gastar 400 euros em casacões North Face.

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